Prefácio
Ah, que doce seria o mundo, se povoado com mais gente como a Conceição. Armada sempre de um sorriso cativante, ela saía a campo destemida e com a garra dos que querem e sabem vencer.
Foi assim com seus amigos, foi assim com sua família, foi assim com seus alunos. Os que nasceram saudáveis e perfeitos e os que apresentavam uma ou outra imperfeição. Seja no físico, seja no comportamento. Ela não se conformava em ser plateia. Queria participar, até como protagonista, da necessária transformação de tudo o que não ia bem.
E, dessa forma, com carinho e amor, foi burilando muito carvão, para, ao longo dos anos escolares, torná-lo o mais puro e cobiçado diamante.
A história deste livro é simbólica. Valendo-se do reino animal, a autora representa no coelho Nico um dos alunos desta extraordinária professora. Mas a fantasia termina quando a ficção se identifica com a realidade. E essa realidade foi escancarada no momento em que a deficiência do coelhinho foi exatamente a mesma que acometeu um dos aluninhos da Conceição: a falta de uma orelha.
A partir daí, se desenrolam, no livro e na vida de verdade, as aventuras desenfreadas em busca de uma solução médica para amenizar esse problema, que poderia inviabilizar o futuro de uma vida.
Teria todo esse esforço valido a pena? Para ter essa resposta, você deve ler o livro. Cada página vencida lhe trará um novo horizonte. E, com certeza, fará descortinar uma verdade: o mundo será muito melhor se a generosidade e a preocupação com o outro povoarem os seus dias.
Mara Figueiredo
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